Compostagem Universitária: De Resíduo a Recurso e o Impacto na Mitigação Climática
- julio3019
- 26 de nov.
- 2 min de leitura
A gestão de resíduos orgânicos é um pilar central nas estratégias de sustentabilidade global. Em ambientes como campus universitários, onde grandes volumes de resíduos alimentares e de poda são gerados, a compostagem surge como uma solução de alto impacto.
A Contribuição da Ciência para a Solução
Recentemente, tivemos a oportunidade de conduzir um experimento detalhado na Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza, como parte de uma pesquisa de mestrado. Este trabalho visou validar a compostagem como uma estratégia eficaz de mitigação climática utilizando insumos gerados no próprio campus (restos de comida, poda triturada, cama de frango e digestato).
O estudo, realizado com apoio fundamental da FUNCAP do FINEP, focou em um método simples: leiras de aeração passiva. O diferencial foi o rigor técnico, incluindo o dimensionamento preciso da mistura (Relação C/N) usando a ferramenta CompostCalc da Embrapa.

Resultados que Falam por Si: Emissão Zero de Metano
Os resultados obtidos em 135 dias validaram a eficácia do processo:
Sanitização Comprovada: As leiras atingiram rapidamente temperaturas termofílicas acima de $60 ºC, essenciais para a sanitização da massa orgânica
Mitigação Climática: O monitoramento contínuo de gases demonstrou emissão de metano (CH4) nula e alta presença de oxigênio, provando condições aeróbias eficientes. Isso reforça o potencial da compostagem como alternativa aos aterros, grandes emissores de gases do efeito estufa (GEEs).
Valorização do Resíduo: Obteve-se um composto final estável, com boa textura e odor agradável 16, com potencial para ser utilizado como condicionador de solo na agricultura urbana e no paisagismo.
Compostagem é Mais que Adubo, é Sustentabilidade Institucional
A experiência da UFC demonstra que a compostagem técnica é uma solução de baixo custo, eficaz e replicável. Ao integrar a gestão de resíduos com pesquisa e educação, a prática fortalece a sustentabilidade universitária e contribui diretamente para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 19, especificamente os ODS 11 (Cidades Sustentáveis), 12 (Consumo Responsável) e 13 (Ação Climática)
Apostar na compostagem é, portanto, unir ciência e gestão ambiental, transformando passivos em ativos e contribuindo para um futuro mais resiliente no Semiárido e em todo o Brasil.
Por: Ramon Campelo, sócio fundador da É de Sol Compostagem (Teresina, PI) e associado da AB|Compostagem.
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